No século XVIII a região do Vale do Paraíba começa a ser desbravada e colonizada como caminho para as Minas Gerais, tornando-se local de apoio e abastecimento das tropas que iam da côrte para as minas e vice-versa.
Nos primórdios do século XIX, com a decadência do ciclo do ouro, famílias mineiras instalam-se no vale ,dedicando-se ao plantio do café. Com o solo fértil, clima ameno e a mão de obra escrava, esta cultura obtém enorme sucesso, transformando esses fazendeiros em empresários rurais, possuidores de grande fortuna e poder junto ao imperador, que os agracia com títulos nobiliárquicos e passam a ser conhecidos como os famosos Barões do Café. As unidades de produção passam a se sofisticar.
Constroem-se casas senhoriais (casas grandes), o abrigo dos escravos (senzalas), os depósitos do café (tulhas), dispostos em torno do secador de café, formando assim o quadrilátero funcional.
Assim sendo, a Fazenda Santa Maria mantém as características de uma autêntica fazenda do Ciclo do Café. O andar superior da Casa Grande, moradia dos barões, divide-se em três áreas distintas: área comercial, área social e área íntima, tendo ao centro o atrium onde circula o ar para manter uma boa aclimatação do acervo. Na cozinha, ainda encontra-se o antigo fogão à lenha, datado do século XIX, até hoje em pleno funcionamento. Em 1818, o Príncipe Regente D. João doou a José Luiz Gomes, Barão de Mambucaba, extensas terras com o objetivo de nelas plantar café, atividade economicamente promissora, dando origem a Fazenda Santa Maria.
Em 1836, Honório Hermeto Carneiro Leão, homem de grande força política, que galgou todos os postos da côrte, chegando a Senador e Marquês do Paraná assume a fazenda. Com sua influencia traz desenvolvimento para a região. Seu filho, Nicolau Neto Carneiro Leão, herda a propriedade e recebe o título de Barão de Santa Maria em homenagem à própria fazenda. Por se tratar de pessoa de hábitos requintados, demole a antiga sede e manda construir outra maior e mais luxuosa, concluída em 1858.
Seus descendentes atravessam o século e em 1903 é adquirida pelo Conde João Leopoldo Modesto Leal. A região se transforma, a pecuária se firma e o ciclo do gado se torna realidade.
Em 1982 é recebida como herança pelos irmãos Ana Heloísa e Augusto Pascoli, que a transformam para Hotel Fazenda Arvoredo - 1991, iniciando assim um novo ciclo, o Turismo.